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A 55ª edição do Troféu Imprensa, transmitida pelo SBT ontem, dia 4 de maio, deveria ter sido um marco de renovação e reverência. Após dois anos de hiato e a ausência de Silvio Santos, falecido em agosto, essa edição prometia honrar o legado do maior comunicador da televisão brasileira enquanto se adaptava a um novo contexto dentro e fora da tela da TV. No entanto, o que vimos foi uma premiação que, apesar de momentos emocionantes, escorregou em (muitas) falhas, sejam elas técnicas ou não, escolhas questionáveis e uma condução que, em muitos momentos, soou mais como autopromoção do SBT do que como uma celebração do entretenimento brasileiro.
Ontem, quando sentei para assistir ao Troféu Imprensa 2025, mesmo com aquela expectativa de quem sabe que não vai ver Silvio Santos, ainda esperava um pedaço da magia que ele criou. Claro, a premiação não foi inventada pelo Silvio. Foi Plácido Manaia Nunes, em 1958. Nesse começo, a coroação dos melhores da televisão brasileira não era televisionada. Foi na década de 60 que o maior gênio da TV brasileira, assim como fez com muitos outros projetos, chamou pra ele a responsabilidade de transformar o evento no que, hoje, conhecemos como o Oscar da TV brasileira.
A edição transmitida pelo SBT e pelo Disney+ tinha tudo para ser um recomeço: nova dupla no comando, cenário repaginado, até streaming para alcançar o público digital. Mas, no fim, o que ficou foi a sensação de que a premiação, que já foi o grande palco da TV brasileira, virou uma reunião de firma, com o SBT se autoaplaudindo enquanto o resto do Brasil assistia, meio sem graça, do canto da sala.
"Meio", não. Muito sem graça. Assim como toda a premiação.
Patrícia Abravanel e Celso Portiolli assumiram o comando, e dá para entender a escolha. Ela, herdeira de sangue do legado; ele, o apresentador mais carismático da casa. O herdeiro moral do legado. Talentoso, com bem mais experiência que a Patrícia e, obviamente, transparece menos nervosismo. Pelo menos, quando derrapa, dá um jeito à la Silvio de sair da situação.
O começo, com Patrícia falando do pai e um vídeo relembrando os momentos de Silvio, foi certeiro – um tapa de nostalgia que lembrou por que o Troféu Imprensa importa. Mas, dali em diante, a coisa pareceu desandar até entre os dois. O que é muito estranho. Celso e Patrícia, assim como Silvio e Gugu, têm uma química — televisiva, ok? — gigantesca. Mas a dupla parecia amarrada a um roteiro que não deixava espaço para naturalidade. Patrícia parecia precisar mostrar serviço a todo instante, e acabou soando mais como anfitriã do SBT do que como apresentadora de uma premiação, que como ela mesma reforçou durante o programa, engloba todas as emissoras. Celso, que normalmente flui solto, até pela bagagem — e pela ligação e semelhança bizarramente forte com Silvio —, tentou segurar a onda e conduzir ao estilo do patrão, mas faltou, justamente, a bentida química.
Comparado às edições de Silvio, que transformava qualquer tropeço em piada, 2025 foi certinho demais. As edições anteriores tinham um ritmo de show, mesmo sendo longas. Desta vez, as transições entre categorias, apresentações musicais e homenagens pareceram coladas com durex, — não, durex não... Pareciam coladas com aquelas fitinhas de embalagem de biscoito, sabe? Que não colam nada — com pausas esquisitas e cortes que deixavam o telespectador perdido. Não foi um desastre, mas convenhamos que o Troféu Imprensa que nós conhecemos é outro nível.
E outro grande erro, já técnico, foi a nova identidade visual do troféu. A vinheta, logo e novos troféus prometeram modernidade, mas entregaram muito pouco. Com uma estética extremamente genérica e sem a energia vibrante das edições clássicas, essa nova identidade visual falhou em capturar o espírito que o Silvio implantou. O que tornou, de fato, o Troféu Imprensa no Oscar da TV brasileira, parecendo mais um pacote pronto de streaming do que uma celebração única.
Esse uso das trilhas, especialmente, foi um ponto baixo: fora serem genéricas, foram muito pouco usadas e soaram deslocadas em momentos como as idas para os intervalos, criando transições fracas que quebraram o ritmo, longe do capricho que marcava o evento nos tempos áureos. Não pareceu um evento de gala, mas só mais um programa da casa.
Nos bastidores, dizem que a coisa foi ainda mais feia.
Como sempre, no X, vários colunistas e perfis que cobrem televisão apontaram supostos erros absurdos nos bastidores — que eu não duvido nem um pouco: jornalistas sem estrutura básica, sem água, parte do tempo sem comida... Enfim, bem feio.
Isso é o oposto do que Silvio fazia — ele tratava a imprensa como parte do show, não como figurante. A parceria com o Disney+ trouxe um toque moderno, com entrevistas exclusivas durante os intervalos da TV. Mas o cenário novo, as estatuetas redesenhadas, não ficou bonito na tela. O Troféu Imprensa — que era uma estatueta à la Oscar, realmente — ficou lindo, mas essa estátua "pavônica", extremamente ligável à persona do Silvio, acabou indo pro caminho do exagero. É como — perdão pela redundância — um encontro, uma reunião de pavões nos braços de cada laureado.
Assim como juntar Celso e Patrícia no mesmo programa. É pecar pelo excesso. Silvio e Gugu, até onde não me falha a memória, nunca estiveram juntos em um mesmo programa, mas sim em crossovers, o que deveria ser mais explorado, também, entre os "herdeiros".
O Troféu Internet, por outro lado, que era mais lindo e original que a estatueta dada aos premiados pelo juri, peca pela falta. Se várias lapelas com o microfone característico do Rei da TV chamam demais a atenção, um Silvinho dourado — pelo amor de Deus... — destoa completamente da gala do evento. Eu mesmo, se quiser, posso me autoproclamar melhor colunista de 2025 comprando um Silvinho dourado por R$94,90 pela internet.
A mudança da trilha e toda identidade visual, como já dito acima, e esse — que vergonha dizer isso pela terceira vez... — Silvinho dourado mataram a estética de láurea do evento.
A produção pareceu, ao longo de toda a premiação, mais preocupada em cumprir o cronograma (homenagem, música, troféu e tchau) do que em fazer tudo funcionar de verdade. Joelma, Fábio Jr. e Chitãozinho e Xororó cantaram bonito, mas as apresentações pareceram jogadas no meio de tudo, sem conexão com o resto.
Agora, o elefante na sala: as escolhas dos vencedores. O Troféu Imprensa sempre teve um esquema meio bagunçado, mas que dá pra entender, com voto popular pelo site do SBT e um júri técnico de jornalistas como Sonia Abrão, Flávio Ricco, Vanucci... Mas em 2025, a coisa descarrilou. Virgínia indicada ao prêmio de Melhor Apresentadora, Tom Cavalcante merecidamente indicado ao prêmio de Melhor Apresentador, mas Acerte ou Caia! fora dos finalistas do prêmio de Melhor Game Show; SBT Brasil batendo o Jornal Nacional, César Filho como Melhor Jornalista superando César Tralli, Fofocalizando como Melhor Programa Diário e Ilhados com a Sogra — que teve uma temporada em 2023 e outra em 2025, mas nenhuma em 2024 — levando Melhor Reality.
Ok, o SBT Brasil entrega um jornalismo decente. Mudou muito de linha editorial, ficou bem melhor de assistir. E concordo com parte do juri, que argumentou não aguentar mais o JN. Mas tivemos Jornal da Band e Jornal Hoje em crescentes nos últimos anos, que mereciam figurar junto ao JR, por exemplo, entre os finalistas. E o SBT varrer quase tudo é difícil de defender.
Mas, convenhamos que sistema de votação não ajuda: o Troféu Internet vira guerra de fã-clubes, e o júri técnico, que votou anonimamente em categorias com gente do SBT, pareceu mais alinhado com a emissora do que com o bom senso. Inclusive, os três finalistas de cada edição são os três mais votados pelo público na internet. Ou seja, JH e Jornal da Band, por exemplo, ficaram de fora por culpa do público. Ana Maria Braga e Eliana não chegaram à final de Melhor Apresentadora e deram lugar a Virgínia e Tatá Werneck por culpa do público. Acerte ou Caia! não chegou à final de Melhor Game Show por... adivinhem? Culpa do público!
Edições antigas, por mais que já evidenciando como o nível da cultura brasileira e dos jurados estava decaindo, como a de 2022, ainda equilibravam melhor, premiando Globo, Record, com um certo ar de justiça. Em 2025, o Troféu Imprensa parece ter virado vitrine do SBT. Uma versão da Anhanguera do Melhores do Ano, da Globo, que pelo menos não finge ser democrático. E mesmo assim homenageou — merecidamente e graças a Luciano Huck, grata surpresa — Silvio Santos, família Abravanel e SBT no último ano.
O Troféu Imprensa 2025 quis ser um recomeço, e teve seus acertos. Não foi de todo mal. A homenagem a Silvio foi bonita, a entrada no Disney+ foi esperta, e o esforço — mesmo desajeitado — de Patrícia e Celso mostram que o evento ainda tem coração, claro. Mas não dá para ignorar os tropeços: bastidores desorganizados, condução sem brilho algum e, principalmente, uma lista de vencedores que pareceu mais um presente do SBT para si mesmo do que uma celebração da TV. Uma edição frágil, tecnicamente, esteticamente e eticamente.
Enquanto eu escrevia essa coluna, inclusive, o Ratinho "pistolou" no seu programa de rádio por não aparecer entre os finalistas de nenhuma categoria.
Repito: não foi de todo mal. Houveram vários acertos, mas uma produção desse nível costumava ser perfeita. É a régua que usamos, naturalmente, como parâmetro é a perfeição. É o Silvio. A sua maneira, inclusive, de chamar a atenção e a responsabilidade pra si próprio quando algo dava errado.
Se quiser continuar tendo o respeito e relevância de sempre, o Troféu Imprensa precisa mudar. A votação tem que ser mais justa, com regras claras para evitar fã-clubes mandando no jogo. E a produção tem que respeitar quem faz o evento acontecer, da imprensa aos convidados. Silvio construiu o Troféu Imprensa para ser grande, para abraçar todo mundo – Globo, Record, Band, a TV como um todo, realmente. Em 2025, ele virou pequeno. Tanto por fugir da sua identidade, como por querer suprir faltas que, sim, pesam muito, e acabar pecando pelo excesso. Ainda dá tempo de crescer de novo, mas precisa querer.